Não é um tipo de filme que eu indicaria, mas trata de um enfoque que eu tenho estudado ultimamente e está dentro dessa discussão sobre a 2ª Guerra e o nazismo,etc. " O nevoeiro" trata da relação dominadores-dominados que os homens tratam entre si. Da facilidade que as pessoas têm de entregarem as próprias vidas nas mãos dos outros por medo a terem que decidir seus destinos.
Então, o filme conta a estória de um pai e um filho que vão pro mercado, deixando a mãe em casa. Bem americanos, bem exemplos de comportamento. E acontece uma coisa estranha: um nevoeiro aparece enquanto eles estão no mercado e há monstros nele. É uma cidade pequena, todos se conhecem, e fica a amostra da população ali confinada.
Dentro do mercado, eles têm que decidir o que vão fazer pra se salvarem. E, reduzindo o conflito, são as duas partes opostas: o pai e uma fanática religiosa que interpreta literalmente a Bíblia. E faz um inferno dentro do supermercado e convence a maioria das pessoas, de forma que o pai, uma amante com quem ele trepa no mercado, dois idosos e o filho saem porque ficar no mercado era pior que sair.
Proposta da religiosa: encarar como vontade de Deus e esperar apostando na vida eterna.
Proposta do pai: pegar o carro e sair dali, esperando um milagre de sair do nevoeiro até aonde desse a gasolina.
São dois líderes que decidem o destino de quem os escolherem. Aí vem o final do filme. Logicamente que você vai achar o pai correto, que o filme é sobre esperança e tentar um milagre e que é melhor agir que esperar. Você, como espectador. E aí que o pai pega sobre um carro, na hora da fuga, um revólver com 4 balas. Eles são 5.
A gasolina acaba, eles ainda estão no nevoeiro, o pai pega o revolver e, de comum acordo, decide matar a todos e ele decidir o próprio destino. O primeiro que ele mata é o filho.
Tudo isso ocorre porque eles escutam umas gritarias, como se os monstros estivessem atrás deles, e, não, era o EXÉRCITO AMERICANO EXTERMINANDO.
Pois é, um milagre aconteceu, e a mínima chance que houve de sobreviver, ele destinou a ele. Todos no mercado se salvaram.
O que há em comum entre os dois antagonistas é que eles vão decidir a vida dos demais de forma individual. E, apesar da persuasão e de todo esforço que tiveram, não adiantará de nada. Só que você, como telespectador, não está em posição de dizer qual dos dois está mais correto. Você torce para os que ficaram morrerem, você acha que a mulher que sai pra salvar os filhos (única que decide sozinha a própria vida) morreu e você pensa que as pessoas no carro terão final feliz.
Tudo leva você a achar que o pai era o herói e que ele fez tudo pelo filho, mas , tanto quanto a louca religiosa, ele queria salvar a si próprio. Convenientemente, eliminando o filho, ele teria mais chances. Ele faz, se arrepende e se pune, enfrentando os monstros e é o exército salvando-o.
O nome do filme: Márcia Gay Harden.
Direção: Frank Darabont
Baseado no conto de Stephen King.
Então, o filme conta a estória de um pai e um filho que vão pro mercado, deixando a mãe em casa. Bem americanos, bem exemplos de comportamento. E acontece uma coisa estranha: um nevoeiro aparece enquanto eles estão no mercado e há monstros nele. É uma cidade pequena, todos se conhecem, e fica a amostra da população ali confinada.
Dentro do mercado, eles têm que decidir o que vão fazer pra se salvarem. E, reduzindo o conflito, são as duas partes opostas: o pai e uma fanática religiosa que interpreta literalmente a Bíblia. E faz um inferno dentro do supermercado e convence a maioria das pessoas, de forma que o pai, uma amante com quem ele trepa no mercado, dois idosos e o filho saem porque ficar no mercado era pior que sair.
Proposta da religiosa: encarar como vontade de Deus e esperar apostando na vida eterna.
Proposta do pai: pegar o carro e sair dali, esperando um milagre de sair do nevoeiro até aonde desse a gasolina.
São dois líderes que decidem o destino de quem os escolherem. Aí vem o final do filme. Logicamente que você vai achar o pai correto, que o filme é sobre esperança e tentar um milagre e que é melhor agir que esperar. Você, como espectador. E aí que o pai pega sobre um carro, na hora da fuga, um revólver com 4 balas. Eles são 5.
A gasolina acaba, eles ainda estão no nevoeiro, o pai pega o revolver e, de comum acordo, decide matar a todos e ele decidir o próprio destino. O primeiro que ele mata é o filho.
Tudo isso ocorre porque eles escutam umas gritarias, como se os monstros estivessem atrás deles, e, não, era o EXÉRCITO AMERICANO EXTERMINANDO.
Pois é, um milagre aconteceu, e a mínima chance que houve de sobreviver, ele destinou a ele. Todos no mercado se salvaram.
O que há em comum entre os dois antagonistas é que eles vão decidir a vida dos demais de forma individual. E, apesar da persuasão e de todo esforço que tiveram, não adiantará de nada. Só que você, como telespectador, não está em posição de dizer qual dos dois está mais correto. Você torce para os que ficaram morrerem, você acha que a mulher que sai pra salvar os filhos (única que decide sozinha a própria vida) morreu e você pensa que as pessoas no carro terão final feliz.
Tudo leva você a achar que o pai era o herói e que ele fez tudo pelo filho, mas , tanto quanto a louca religiosa, ele queria salvar a si próprio. Convenientemente, eliminando o filho, ele teria mais chances. Ele faz, se arrepende e se pune, enfrentando os monstros e é o exército salvando-o.
O nome do filme: Márcia Gay Harden.
Direção: Frank Darabont
Baseado no conto de Stephen King.