É um filme que trata de duas modalidades de conduta ética: moral e religiosa. Daquilo que é para ser aceito sem ser contestado e daquilo que se impõe forçadamente sem que seja dada oportunidade de contra-argumentação.
O filme se passa em 1964, nos EUA, ano de eclosão de movimentos de minorias, pós-morte do presidente Kennedy. Ano em que o colégio religioso, administrado pela irmã Aloysius Beauvier( Merryl Streep), aceita seu primeiro aluno negro. Obviamente visto pelos demais alunos como um corpo estranho, não sofre discriminação ou violência por ser apadrinhado pelo padre Flynn (Philip Seymour Hoffman). Ele se torna coroinha do padre e é flagrado alcoolizado pela professora. Sobre este fato, começa a se desencandear um confronto entre Beauvier e Flynn que se sucede uma série de simbolismos: homem x mulher, subordinador x subordinado*, certo x errado. E, também, da intolerância por parte da irmã, uma vez que todo seu discurso parte da negação da manifestação do padre.
Há evidências e, embora sejam relativas, pesam enormemente para condená-lo previamente. Ele não pode se defender de forma inequívoca. Aí, tanto o telespectador quanto a professora do menino, irmã James (Amy Adams), ficam na dúvida. São fatos apenas. Por si só não dizem nada**. E existe a questão das personagens tomadas como referência. A mãe do menino que não se convence - ou finge que não- de que o padre abusa dele, mas também não se oporia a isso, uma vez que o próprio menino já sofria com a violência de todos os lados, desde o colégio anterior. Dentre as violências sofridas por ele dentro e fora de casa - pelo pai, que achava que o menino tinha tendências homossexuais-, ser violentado pelo padre seria a menor. Isto gera um repúdio e choque na freira.
Nos intervalos entre o confronto dos dois, há os sermões do padre, que também já é um corpo estranho dentro da igreja,por ser carismático, inovador. E o mais legal deles é o sobre fofoca, no qual é feita uma analogia. Fofoca tem como efeitos o mesmo que tentar catar as plumas levadas pelo vento de um travesseiro que se rasga do alto de um edifício. É impossível a reparação.
Mesmo com toda sua atuação moral - ética formado de conceitos individuais-, a irmã Beauvier não tem a certeza. Ela acredita que ele seja culpado, mas não se convence. Ela desconstrói a verdade do padre e o seu poder argumentativo***.
Streep e Seymour com excelentes atuações. Da mesma forma que Amy Adams e Viola Davis (mãe do menino)
*Algo ressaltado no filme, quanto a isso, se dá na posição do padre, como homem. Quando chega na mesa da sala da freira, que, no colégio, é a autoridade, ele se senta na cadeira dela - que fica inconformada- e pede para ser servido por ela., algo inquestionável sob o ponto de vista religioso, já que tal hierarquia se dá por normas religiosas. Só que, no debate, ela questiona, segundo seus valores morais, as normas religiosas. E década de 60 também foi o início do movimentobeauvoriano social pró-mulher, o feminismo.
** A menos que você seja um empirista e tome fatos como leis. Neste caso, a freira agiu de forma certíssima. Valoração é algo que não existe no universo empírico. Presunção de inocência não tem conceituação.
*** Ela vence quando diz que procurou uma freira de outro lugar de onde o padre havia passado. E que ele havia saído pelos mesmos motivos, dizendo que se ele não se demitisse voluntariamente, ela prosseguiria até que saísse. Assim, ele pede a transferência.
O filme se passa em 1964, nos EUA, ano de eclosão de movimentos de minorias, pós-morte do presidente Kennedy. Ano em que o colégio religioso, administrado pela irmã Aloysius Beauvier( Merryl Streep), aceita seu primeiro aluno negro. Obviamente visto pelos demais alunos como um corpo estranho, não sofre discriminação ou violência por ser apadrinhado pelo padre Flynn (Philip Seymour Hoffman). Ele se torna coroinha do padre e é flagrado alcoolizado pela professora. Sobre este fato, começa a se desencandear um confronto entre Beauvier e Flynn que se sucede uma série de simbolismos: homem x mulher, subordinador x subordinado*, certo x errado. E, também, da intolerância por parte da irmã, uma vez que todo seu discurso parte da negação da manifestação do padre.
Há evidências e, embora sejam relativas, pesam enormemente para condená-lo previamente. Ele não pode se defender de forma inequívoca. Aí, tanto o telespectador quanto a professora do menino, irmã James (Amy Adams), ficam na dúvida. São fatos apenas. Por si só não dizem nada**. E existe a questão das personagens tomadas como referência. A mãe do menino que não se convence - ou finge que não- de que o padre abusa dele, mas também não se oporia a isso, uma vez que o próprio menino já sofria com a violência de todos os lados, desde o colégio anterior. Dentre as violências sofridas por ele dentro e fora de casa - pelo pai, que achava que o menino tinha tendências homossexuais-, ser violentado pelo padre seria a menor. Isto gera um repúdio e choque na freira.
Nos intervalos entre o confronto dos dois, há os sermões do padre, que também já é um corpo estranho dentro da igreja,por ser carismático, inovador. E o mais legal deles é o sobre fofoca, no qual é feita uma analogia. Fofoca tem como efeitos o mesmo que tentar catar as plumas levadas pelo vento de um travesseiro que se rasga do alto de um edifício. É impossível a reparação.
Mesmo com toda sua atuação moral - ética formado de conceitos individuais-, a irmã Beauvier não tem a certeza. Ela acredita que ele seja culpado, mas não se convence. Ela desconstrói a verdade do padre e o seu poder argumentativo***.
Streep e Seymour com excelentes atuações. Da mesma forma que Amy Adams e Viola Davis (mãe do menino)
*Algo ressaltado no filme, quanto a isso, se dá na posição do padre, como homem. Quando chega na mesa da sala da freira, que, no colégio, é a autoridade, ele se senta na cadeira dela - que fica inconformada- e pede para ser servido por ela., algo inquestionável sob o ponto de vista religioso, já que tal hierarquia se dá por normas religiosas. Só que, no debate, ela questiona, segundo seus valores morais, as normas religiosas. E década de 60 também foi o início do movimento
** A menos que você seja um empirista e tome fatos como leis. Neste caso, a freira agiu de forma certíssima. Valoração é algo que não existe no universo empírico. Presunção de inocência não tem conceituação.
*** Ela vence quando diz que procurou uma freira de outro lugar de onde o padre havia passado. E que ele havia saído pelos mesmos motivos, dizendo que se ele não se demitisse voluntariamente, ela prosseguiria até que saísse. Assim, ele pede a transferência.