É um dos filmes mais reflexivos que eu já assisti. E um dos mais bonitos também. É desses que o diretor, quando vai aos festivais, observa as pessoas torcerem o nariz por coisas primárias. Exatamente da mesma formaque ele retrata no filme.
Os dois aí em cima são o pai e o filho no filme. Eles têm quase 20 anos de diferença. E vivem juntos desde que a mãe do menino morreu, quase isolados, tão próximos, onde apenas uma pessoa consegue alcançá-los: Sasha, vizinho de porta. Vivem num sótão no alto de um prédio no alto de uma cidade. Do telhado, eles vêem o mar, a cidade, brincam numa ripa que une o apartamento deles com o telhado de outro prédio onde eles jogam bola. No filme, eles são metaforizados como amor acima das pessoas. Amor próximo do divino. E se tem isso com o sol crepuscular que dá o tom acobreado da tela e que ilumina a casa deles, as cenas externas. A ripa é o que os tira do mundo deles e os aproxima do céu.
E o amor deles é mal visto pelas pessoas de fora. Elas insinuam uma relação homossexual porque o amor que um tem pelo outro está acima de qualquer coisa,* inclusive no caso de uma namorada, um emprego que melhore a vida, etc. E isso é estranho para a maioria das pessoas. O filho sabe que o pai tem um câncer nos pulmões, mas esconde isso, e o pai não só percebe que há algo errado, como tenta não ser um empecilho para a vida do filho. Da mesma forma que o filho vai crescendo e amadurecendo para enfrentar o mundo sozinho, o pai quer que ele siga em frente, não quer ser visto como um estorvo, embora desejasse participar dos planos dele. E isso é visto pelos pesadelos e dos bons sonhos do filho e quando o pai pergunta: "Eu estou neles?" e o filho nega.
E é isso que é o amor, o objeto da conduta é a pessoa que se ama. Tudo do pai envolve o filho e vice-versa. E a solidão, as situações modificaram o pai, um ex combatente, alto escalão a tomar atitudes submissas, como se fosse frágil em relação ao filho.Ele acaba se tornando dependente e os dois, em algumas situações, invertem as posições. Ele quem cuida do filho, e, com isso, acaba esquecendo de si mesmo. Com a idade atual do filho, ele assumiu responsabilidades, seguiu carreira no exército que o filho escolheu porque queria ser como o pai.
No final do filme, o pai se dá conta da solidão. De que o filho vai ter que seguir sua própria vida e que terá que sonhar e ter planos sozinho.
Diretor : Alecksander Sokurov
Ano: 2003
* O pai pressente que não vai durar muito tempo e que o filho tenta ver as coisas de forma positiva. Ele sabe que o filho não o deixa por causa da doença.
** A sociedade sempre toma como maior o amor dos pais pelos filhos. E o filme trata de um amor universal. Na cessão de uma das partes(o pai do emprego, o filho, da namorada)em prol da outrae por serem iguais, de fora, a relação é distorcida.
Os dois aí em cima são o pai e o filho no filme. Eles têm quase 20 anos de diferença. E vivem juntos desde que a mãe do menino morreu, quase isolados, tão próximos, onde apenas uma pessoa consegue alcançá-los: Sasha, vizinho de porta. Vivem num sótão no alto de um prédio no alto de uma cidade. Do telhado, eles vêem o mar, a cidade, brincam numa ripa que une o apartamento deles com o telhado de outro prédio onde eles jogam bola. No filme, eles são metaforizados como amor acima das pessoas. Amor próximo do divino. E se tem isso com o sol crepuscular que dá o tom acobreado da tela e que ilumina a casa deles, as cenas externas. A ripa é o que os tira do mundo deles e os aproxima do céu.
E o amor deles é mal visto pelas pessoas de fora. Elas insinuam uma relação homossexual porque o amor que um tem pelo outro está acima de qualquer coisa,* inclusive no caso de uma namorada, um emprego que melhore a vida, etc. E isso é estranho para a maioria das pessoas. O filho sabe que o pai tem um câncer nos pulmões, mas esconde isso, e o pai não só percebe que há algo errado, como tenta não ser um empecilho para a vida do filho. Da mesma forma que o filho vai crescendo e amadurecendo para enfrentar o mundo sozinho, o pai quer que ele siga em frente, não quer ser visto como um estorvo, embora desejasse participar dos planos dele. E isso é visto pelos pesadelos e dos bons sonhos do filho e quando o pai pergunta: "Eu estou neles?" e o filho nega.
E é isso que é o amor, o objeto da conduta é a pessoa que se ama. Tudo do pai envolve o filho e vice-versa. E a solidão, as situações modificaram o pai, um ex combatente, alto escalão a tomar atitudes submissas, como se fosse frágil em relação ao filho.Ele acaba se tornando dependente e os dois, em algumas situações, invertem as posições. Ele quem cuida do filho, e, com isso, acaba esquecendo de si mesmo. Com a idade atual do filho, ele assumiu responsabilidades, seguiu carreira no exército que o filho escolheu porque queria ser como o pai.
No final do filme, o pai se dá conta da solidão. De que o filho vai ter que seguir sua própria vida e que terá que sonhar e ter planos sozinho.
Diretor : Alecksander Sokurov
Ano: 2003
* O pai pressente que não vai durar muito tempo e que o filho tenta ver as coisas de forma positiva. Ele sabe que o filho não o deixa por causa da doença.
** A sociedade sempre toma como maior o amor dos pais pelos filhos. E o filme trata de um amor universal. Na cessão de uma das partes(o pai do emprego, o filho, da namorada)em prol da outrae por serem iguais, de fora, a relação é distorcida.